São Paulo
2007 – 2008
Cliente
IV Inc.
Arquitetura
Triptyque
Área
1 100 m²
Terreno
550 m²
O projeto Harmonia, localizado em um distrito artisticamente vibrante que ocasionalmente está sujeito a inundações, apresenta estúdios de artistas projetados como um organismo vivo. Rejeitando a ideia de construção acabada, ele evolui dinamicamente por meio de elementos interconectados, como chuva, recuperação e irrigação. O projeto do Harmonia dá origem a uma arquitetura híbrida – ciborgue. Os encanamentos e tanques são parte integrante de seu design “low-tech”, servindo tanto para fins funcionais quanto estéticos. Os volumes construídos em torno de um terreno central fornecem uma base neutra, enquanto os elementos vegetativos crescem dos poros e evoluem com o tempo. Os espaços internos das oficinas são elegantes e minimalistas, e os terraços oferecem vistas do horizonte.
Localizado no coração de um bairro com forte vocação artística, onde galerias e paredes oferecem várias formas de expressão e ocupação, o projeto Harmonia, composto de estúdios de artistas, ocupa um local marcado por enchentes frequentes.
Concebido como um organismo vivo, o edifício propõe neste contexto, um questionamento da construção como um objeto finalizado/fabricado, mostrando diferentes fases de sua evolução sob a ação conjunta de entidades dinâmicas interligadas (chuva / recuperação / bombeamento / irrigação / crescimento de plantas).
O projeto Harmonia apresenta um sistema de água que percorre dinamicamente o comprimento do terreno, cujos elementos de “baixa tecnologia” (tubos de canalização, tanques, difusores) oferecem vários elementos de articulação, alguns dos quais constituem as grades do edifício.
Os blocos construídos estão organizados em torno de uma praça no coração do terreno. Eles funcionam como uma base neutra e primitiva, perfurada por poros dispersos que abrigam brotos de plantas, cuja estética evolutiva e heterogênea adquirirá, com o tempo, mofo e infiltrações como elementos constituintes.
Em contrapartida, os espaços internos dos ateliês, tratados de maneira suave e monástica, vão se beneficiar de cânones e terraços/pátios. Estes têm lábios de concreto salientes, proporcionando vistas da Skyline da Vila Madalena.
Paisagismo
Peter Webb
Coordenador
Tiago Guimarães
Créditos
Nelson Kon, Triptyque, Beto Consorte, Leonardo Finotti, Ricardo Bassetti