A paisagem urbana de São Paulo é bastante marcada por duas figuras principais que coexistem de forma independente e simultânea. Por um lado, as construções verticais, que, em sua maioria são fiéis ao modelo modernista/racionalista, evoluindo aleatoriamente em um planejamento urbano com diretrizes flutuantes; por outro lado, a ocupação histórica e/ou informal em dois ou três andares do espaço residual entre essas construções. O conjunto é caracterizado por rupturas de escala e padrões espetaculares, dando origem a um tecido urbano caótico e descontínuo. Localizado em um bairro de classe média em constante transformação, o projeto Fidalga – um edifício residencial padrão – se encaixa perfeitamente neste contexto e desfruta de uma localização à beira de uma destas rupturas permanentes, revelando uma skyline panorâmica fragmentada.
A proposta se baseia na complexidade formal e textual do local através de uma reformulação do modelo tradicional de prédios paulistanos. A fragmentação do corpo do edifício em três partes beneficia a integração da área de lazer com as movimentações verticais/horizontais e um pequeno lugar restaurado ao espaço urbano.
As unidades residenciais são sobrepostas de acordo com uma variação de tipologias e aberturas, não lineares e não modulares, dando ao edifício sua principal característica, marcada pelo uso de materiais simples e urbanos (principalmente asfalto preto).
A concepção dos apartamentos/casas segue os seguintes princípios:
- Acesso individual através de passarela externa.
- Um apartamento/casa por andar, com 300 graus de vista/ventilação.
- Um elemento arquitetônico marcante por apartamento (volume duplo, pátio terraço, duplex/penthouse ou térreo com jardim).
- Diferenciação de aberturas em cada unidade.
- Planta livre na entrega, permitindo liberdade de divisórias internas: distribuição modular de conectores hidráulicos e elétricos.
Chefe do projeto: Bruno Simões | Créditos: Fran Parente